terça-feira, 9 de agosto de 2011

*Casa Arrumada*

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário
de
novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui
tem
vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e
os
enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas,
que
chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e
vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos... Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou
namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O cavalo Filho da Puta


No ano de 1815, o cavalo que ganhou o St Leger Stakes, em Doncaster, na Inglaterra, foi imortalizado em um quadro a óleo, executado por Herring, um dos grandes pintores da época.
Até aí, nada demais.
Era costume, naqueles tempos remotos, os vencedores dos grandes clássicos servirem de modelo a um artista, responsável por imortalizá-lo na tela.

Então, por que falar disso? Bem, é que o ganhador desse St Leger de 1815 chamava-se Filho da Puta.
Isso mesmo, o nosso palavrão. Sabem por quê? Há pelo menos três versões sobre a razão desse insólito nome.
A que nos parece mais plausível (e também a mais curiosa), passamos a relatar.

Consta que o Embaixador português, à época, era apaixonado por turfe e também por uma viúva inglesa com a qual mantinha relações, digamos, maritais.
Pois bem, nosso Embaixador compareceu a um leilão de potros e comprou uma potranca à qual batizou de Mrs. Barnett, que era o nome da sua viúva, homenageando, assim, seu britânico amor.
Mrs. Barnett (a égua) cumpriu campanha discreta nas pistas inglesas, sofreu uma lesão e não pode mais continuar correndo.
Nosso bom português, então, deu-a de presente a um seu amigo da corte, que era também criador de cavalos.
Passaram-se mais de 12 meses e neste interregno a viúva "pateou o ninho", mandando-se com um oficial da armada, bem mais jovem.
O Embaixador, é óbvio, não gostou da traição, mas engoliu sua mágoa. Num fim de semana, ele foi convidado por seu amigo criador para uma visita ao haras, visto que sua égua estava por parir.
E lá se foi nosso herói. Efetivamente, Mrs. Barnett, a égua, pariu um lindo potro e o Embaixador foi levado a examiná-lo. Era de fato um belo espécime eqüino. Como uma homenagem a seu luso amigo, o Lorde inglês pediu que ele o batizasse com um nome típico de Portugal.
O Embaixador, ainda engasgado com a perda de sua ex-amada, lascou-lhe o nome que lhe veio à mente ao ver sua égua com o potrinho ao pé.

Filho de Mrs. Barnett, só podia se chamar Filho da Puta.
E foi assim que o ganhador do St Leger de 1815 passou para a posteridade.
Não por ter sido um grande cavalo. Até que foi muito bom, mas não conseguiu dar continuidade a sua linhagem. Sumiu da história do PSI, mas sua pintura ganhou centenas de milhares de reproduções e hoje enfeita paredes em todos os países de língua latina.
A gravura de Filho da Puta, em função de seu nome bizarro, transformou-se no maior best seller do turfe mundial.

domingo, 8 de maio de 2011

União homoafetiva reconhecida no Brasil

Mãe, vou casar!
Jura, meu filho?! Estou tão feliz! Quem é a moça?
Não é moça. Vou casar com um moço. O nome dele é Murilo.
Você falou Murilo... Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico?
Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa?
Nada, não... Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração,que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo ótimo.
Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo...
Problema? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora...Ou isso.
Você vai ter uma nora. Só que uma nora... Meio macho. Ou um genro meio fêmea. Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea...
E quando eu vou conhecer o meu.. A minha.. O Murilo?
Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido.
Tá ! Biscoito... Já gostei dele.. Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui?
Por quê?
Por nada. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência.
Você acha que o Papai não vai aceitar?
Claro que vai aceitar! Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver... Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade. E olha que espetáculo: as duas metades com bigode.
Mãe, que besteira... Hoje em dia praticamente todos os meus amigos são gays.
Só espero que tenha sobrado algum que não seja... Pra poder apresentar pra tua irmã.
A Bel já tá namorando.
A Bel? Namorando?! Ela não me falou nada.. Quem é?
Uma tal de Veruska.
Como?
Veruska...
Ah bom! Que susto! Pensei que você tivesse falado Veruska.
Mãe!!
Tá, tá... Tudo bem... Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto.
Por que não? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides. E a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos.
Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada?
Quando ele era hétero... A Veruska.
Que Veruska?
Namorada da Bel...
Peraí. A ex-namorada do teu atual namorado... É a atual namorada da tua irmã. Que é minha filha também... Que se chama Bel. É isso? Porque eu me perdi um pouco...
É isso. Pois é... A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero.
De quem?
Da Bel.
Mas logo da Bel ?! Quer dizer então... Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska .
Isso.
Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel.
Em termos...
A criança vai ter duas mães : você e o Biscoito. E dois pais: a Veruska e a Bel.
Por aí...
Por outro lado, a Bel, além de mãe, é tia... Ou tio... Porque é tua irmã.
Exato. E ano que vem vamos ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska... Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar.
Só trocar, né? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska.
Exato!
Agora eu entendi! Agora eu realmente entendi...
Entendeu o quê?
Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos!
Que swing, mãe?!
É swing, sim! Uma troca de casais... Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra...
Mas...
Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior...Com incesto no meio!
A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso...
Sei! E quando elas quiserem ter filhos...
Nós ajudamos.
Quer saber ? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero, o espermatozóide. .. A única coisa que eu entendi é que...
Que...?
Fazer árvore genealógica daqui pra frente vai ser f***!
(Luiz Fernando Veríssimo

segunda-feira, 2 de maio de 2011

LIXO

Encontram-se na área de serviço.
Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?

Luis Fernando Veríssimo

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O mesmo grito em histórias diferentes do cinema

O grito Wilhelm ("Wilhelm scream") é um efeito sonoro utilizado repetidamente em produções cinematográficas e televisivas. Foi empregado pela primeira vez em 1951 no filme Distant Drums,e ganhou nova popularidade (sendo usado na maioria das vezes como uma piada interna) após aparecer no filme Star Wars e diversas outras grandes produções, assim como em programas de televisão e jogos eletrônicos.

História
O ressurgimento do efeito deu-se por conta do técnico de som cinematográfico Ben Burtt, que redescobriu a gravação original (em uma fita marcada como "Homem sendo devorado por um crocodilo") e a incorporou em uma cena de Star Wars Episode IV: A New Hope, quando Luke Skywalker atira em um storm trooper que grita enquanto cai. Embora a identidade do indivíduo que gravou o efeito (na verdade um de uma série de seis) seja desconhecida, Burtt reuniu documentos que sugerem que a gravação pode ter sido feita pelo cantor Sheb Wooley, um dos atores de Distant Drums.

Burtt renomeu o efeito inspirado no "Soldado Wilhelm", um personagem secundário que emitiu o mesmo grito no filme The Charge at Feather River, de 1954.Burtt passou então a incorporar o efeito em outros filmes que trabalhou, incluindo a maioria dos projetos envolvendo George Lucas e/ou Steven Spielberg. Outros técnicos de som também adotaram o efeito, e sua inclusão em filmes se tornou uma tradição entre a classe


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Você gosta de procrastinar ? Cuidado.

Quantas vezes já ocorreu de você deixar alguma coisa pra depois e a oportunidade passar?
Quantas idéias você teve, não implementou e, quando se deu conta, elas não teriam mais o mesmo efeito se fossem implementadas?

Segundo o dicionário Aurélio, procrastinar é “transferir para outro dia; adiar; delongar, demorar”.

Segundo a lei da natureza é "F_deu!"


Spider attack from Ahmet Ozkan on Vimeo.

Ah,esse Veríssimo

Defenestração – Luis Fernando Veríssimo

Certas palavras tem o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias com todas as suas variedades. A Falácia Amazônica. A misteriosa Falácia Negra.
Hermeneuta deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.
- Os hermeneutas estão chegando!
- Ih, agora que ninguém vai entender mais nada…
Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto.
- Alo…
- O que é que você quer dizer com isso?
Traquinagem deveria ser uma peça mecânica.
- Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Plúmbeo deveria ser barulho que um corpo faz ao cair na água.
Mas, nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração.
A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar deveria ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um certo tom lúbrico. Galanteadores de calçada deveriam sussurrar ao ouvido de mulheres:
- Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas, algumas… Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores profissionais.
Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerram os documentos formais? “Nesses termos , pede defenestração..” Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-la usado uma ou outra vez, como em?
-Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada era a palavra exata.
Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “Defenestration”. Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela!
Acabou a minha ignorância, mas não minha fascinação. Um ato como esse só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada a baixo. Por que então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo.
- Lês defenestrations. Devem ser proibidas.
- Sim, monsieur le Ministre.
- São um escândalo nacional. Ainda mais agora, com os novos prédios.
- Sim, monsieur lê Mnistre.
-Com prédios de três, quatro andares, ainda era possível. Até divertido. Mas, daí para cima vira crime. Todas as janelas do quarto andar para cima devem ter um cartaz: “Interdit de defenestrer”. Os transgressores serão multados. Os reincidentes serão presos.
Na Bastilha, o Marquês de Sade deve ter convivido com notórios defenestreurs. E a compulsão, mesmo suprimida, talvez ainda persista no homem, como persiste na sua linguagem. O mundo pode estar cheio de defenestradores latentes.
- É essa estranha vontade de jogar alguém ou algo pela janela, doutor…
- Humm, O Impulsus defenestrex de que nos fala Freud. Algo a ver com a mãe. Nada com o que se preocupar – diz o analista, afastando se da janela.
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada.
Na lua-de-mel, numa suíte matrimonial no 17º andar.
-Querida…
- Mmmm?
-Há uma coisa que preciso lhe dizer…
-Fala amor.
-Sou um defenestrador.
E a noiva, na inocência, caminha para a cama:
- Estou pronta pra experimentar tudo com você. Tudo!
Uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
- Fui defenestrado…
Alguém comenta:
- Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela.
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassa-lo e defenestrar essa crônica. Se ela sair é porque resisti.

Os pés

A alguém , que um dia .......

Fiz esse "poema" coletando vários termos relacionados , do meu velho dicionário.

OS PÉS

LEMBRAR QUE COMECEI COM O PÉ DIREITO
LEMBRAR QUE COMECEI COM UM PÉ ATRÁS
LEMBRAR QUE ,COM OS PÉS NO CHÃO ,
PODERIA DAR NO PÉ
LEMBRAR QUE PODERIA DAR PÉ
MAS SEM ESTAR EM PÉ DE IGUALDADE
TALVEZ DEVESSE METER OS PÉS PELAS MÃOS
TALVEZ FICASSE A PÉ ,
SE PEGASSE NO SEU PÉ
TALVEZ NÃO DEVESSE BATER O PÉ
TALVEZ DEVESSE FICAR EM PÉ DE GUERRA
MAS PODERIA FICAR COM O PÉ NA COVA.
LEMBRAR QUE NÃO ARREDEI O PÉ
LEMBRAR QUE LAMBI SEUS PÉS
LEMBRAR QUE PERDI MEU PÉ DE APOIO
LEMBRAR QUE QUASE CANSEI ,
COMO QUEM TEM PÉS CHATOS
LEMBRAR QUE NÃO DEVERIA ENTENDER NADA AO PÉ DA LETRA
LEMBRAR QUE , ÀS VEZES , ERA UM PÉ NO SACO ,
NÃO CHEGAR AOS SEUS PÉS
PENSAR QUE TUDO PODERIA SER TÃO FÁCIL
COMO QUEM FAZ TUDO COM UM PÉS NAS COSTAS.
QUE TUDO PODERIA SER TÃO RÁPIDO
COMO IR NUM PÉ E VOLTAR NO OUTRO
PRÁ PODER DANÇAR UMA MÚSICA LENTA ,
MESMO QUE EU PISE NO SEU PÉ.
NO SEU PÉ DE ANJO
TE AMO DA CABEÇA AOS PÉS.
(NÃO SEI SE JÁ TE DISSE ISSO AO PÉ DO OUVIDO)

By Binho

Quando você deve rejeitar um "presente"

Era uma vez um grande samurai que vivia perto de Tóquio.
Mesmo idoso, se dedicava a ensinar a arte zen aos jovens.
Apesar da sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama. O velho aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou insultos, ofendeu seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.
No final do dia, sentindo-se já exausto e humilhado, o guerreiro retirou-se. E os alunos, surpresos, perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.
_ Se alguém chegar até você com um presente, e você não aceita, a quem pertence o presente?
_ A quem tentou entregá-lo – respondeu um dos discípulos.
_ O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não aceitos, continuam pertencendo a quem o carregava consigo."
A Lenda nos ensina que a nossa Paz Interior depende exclusivamente de nós. Costumo repetir todos os dias o seguinte: “Nada nem ninguém têm poder sobre mim”.

As pessoas só fazem com a gente aquilo que permitimos que elas façam.
Todos temos dentro de nós “o velho e sábio samurai”, mas quantas vezes em toda a nossa vida conseguimos exercitá-lo?

Quantas vezes nós simplesmente o ignoramos e deixamos que a raiva tome conta de nós?
Quantas vezes nós encontramos “jovens guerreiros”, na figura de chefes, colegas, ou até mesmo pessoas que amamos, dispostos a insultar-nos?

No entanto, cabe aqui o que fez o velho samurai. Se aceitarmos “o presente” muito provavelmente a tragédia será a grande vencedora dessa história.

Saiba que em não reagir é você quem está no comando da situação e não o agressor e seus insultos. Uma agressão não respondida desaparece, assim como o autor do insulto.

Pense nisso e saiba que o melhor é sempre “não aceitar o presente”, evitando com isso grandes e pequenas tragédias do nosso dia-a-dia.

Entre o que acontece com você e sua reação ao que acontece com você, há um espaço. Neste espaço está a sua capacidade em escolher respostas e definir seu destino e sua felicidade.

Lembre-se sempre de que o seu comportamento não deve ser determinado pelo comportamento do outro.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Plitvice, o paraíso das águas na Croácia

Nos últimos anos, a Croácia passou de uma região aparentemente desconhecida a um dos destinos mais badalados da Europa.. Em grande parte,isso se deve ao litoral rochoso do país que,banhado pelo mar Adriático, é considerado o mais belo de todo o Mediterrâneo ,além de sua rica história e o património cultural das cidades medievais, como Dubrovnik, Split e Sibenik.

Mas a bem merecida popularidade também depende da áreas naturais protegidas, que compõem cerca de dez por cento da área do país.

Oito áreas se beneficiam do estatuto de parque nacional - um número muito elevado para um país relativamente pequeno.

Destas, Plitvice é a mais conhecida.

Sua fama se deve aos 16 lagos de águas cristalinas ,em todas as tonalidades de verde e azul,ligados por quase uma centena de cachoeiras, assim como as florestas densas onde os ursos e lobos vagam ,bem como ,são o lar de uma grande variedade de pássaros.

Plitvice é classificado como Património Mundial pela UNESCO e uma rede de caminhos permite que os visitantes circulem livremente.

Se você é um amante da natureza, dê uma olhada em nossa galeria de fotos e veja se elas te apetecem para a sua próxima escapadela.